Paula estava irritada, ou melhor, furiosa. Ligou para Elisa e soltou cobras e lagartos.
Contava a Elisa, a indelicadeza que haviam feito com ela, no trabalho e como estava indignada.
Elisa deixou que Paula desabafasse e a interpelou:
- Amiga, entendo a sua irritação, mas quero te fazer duas perguntas: quando alguém te é indelicado, como você classifica essa pessoa? E quando você é indelicada com alguém, como acha que te classificam?
- Elisa, era só o que me faltava, né! Eu aqui danada da vida e você com os seus questionamentos.
- Isso mesmo, Paula. Eu aqui com meus questionamentos, mas anda me responde.
- Bom, eu classificaria e seria classificada como rude, ou, talvez grosseira.
- Então era ai que eu queria chegar. A classificação é a mesma, porém o que acontece é que nós acabamos por enxergar apenas as indelicadezas e grosserias que nos fazem e somos incapazes de percebermos que também somos bem rudes e indelicados.
- Ótimo, Elisa. Agora, você vai querer me convencer de que eu recebi uma baita indelicadeza por que fiz alguma grosseria?
- Não, minha amiga, acredito que você não tenha feito nada e que a indelicadeza tenha acontecido por qualquer motivo que nós desconhecemos, mas pense em quantas vezes você pode ter feito o mesmo com alguém que não te fez nada.
- Elisa já entendi, mas vamos mudar de assunto que quando você envereda por esses papos-cabeça, sai de baixo. Me diz uma coisa, pra quando ficou marcado o nosso chopp?